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O Apartheid Social É Essencial a Estrutura (Parte I)

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         A alforria foi assinada, mas a estrutura e as características do sistema escravocrata não são muito discutidas com a população. Não há intenção de estudar a fundo o sistema que construiu a riqueza de nossa elite. Nossa história não está posta a mesa para ser analisada, uma ponte entre a escravidão e a massa trabalhadora contemporânea ou a elite escravocrata e a atual classe burguesa não deve ser construída, pois essa prática quebraria várias correntes.     O que aconteceu com os negros alforriados? Imigrantes que fugiam da miséria vieram para o Brasil ocupar a mão de obra que antes era escrava, também sofreram, mas enquanto eles trabalhavam, enquanto a população brasileira crescia e as décadas iam avançando, em que situação e onde se encontrava o negro?     Infelizmente devo dizer que nossa NAÇÃO BRASILEIRA surgiu, formou-se e avançou séculos vendo o negro condenado aos morros, sem cidadania, sem voz, apanhando, sendo morto, e sendo odiado como se fosse o cul

Bandido tem que Morrer?

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Por Karine Almeida e Marco Aurélio. Um dia um camarada me falou que bandido safado tinha que morrer mesmo, que nenhum prestava e, portanto, não tinha salvação. Esse mesmo camarada viveu sua infância e adolescência em um bairro periférico no interior de São Paulo, onde desde cedo soube o que é a vida do crime. Alega que nunca praticou, mas conhece bastante gente desse meio. Eu que nunca sequer frequentei  uma favela e tudo o que conheço de banditismo vi nos filmes, fiquei surpreendida com aquele discurso. Fiquei pensando comigo mesma: “Se ele que se diz conhecer a vida bandida não crê que a marginalidade seja imposta ou uma reação à desigualdade social? Eu que sempre acreditei que todos têm direito a uma segunda chance, até mesmo um bandido considerado da pior espécie, considerei que meu pensamento humanista poderia estar equivocado.” Com quais argumentos iria me convencer, e a ele também, que seu pensamento estava errado? Que esses “bandidos” são seres humanos vítima

GOG - Dinheiro na Mão (Analisando o Crime e o Genocídio)

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Esta música pertence ao álbum duplo “Tarja Preta” do rapper GOG, respeitado por todos seguidores do rap/hip-hop nacional. Aqui GOG nos trás uma história triste, mas muito comum em um país que de forma ativa tem assassinado sua população pobre e negra. Uma vez que a classe pobre e negra é desvalorizada e desumanizada para que a desigualdade social, produzida pelo capitalismo, não venha a ferir os olhos dos “cidadãos de bem” que se beneficiam da exploração. E para que os próprios explorados sintam-se culpados pela sua sina, sintam-se menos humanos que outros e assim conformados em não desfrutarem dos privilégios da classe dominante. Esta exclusão social acaba também gerando muita revolta, violência, distúrbios familiares e psicológicos além da própria criminalidade. Junte uma ideologia de total entrega ao consumismo, em que a propaganda não está exposta apenas para quem tem poder de consumo, e uma m assa que produz (trabalha) e sobrevive, porém vê diariamente outra classe so

Vida de Travesti

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Do canal ATV,  série mostra em três episódios a triste realidade encarada pelas travestis . Depoimentos como o de Nicole, de 14 anos, que trabalha na "pista", que vinha sofrendo agressões domesticas desde os 12 anos e abandonou seu lar quando seu padrasto pediu que sua mãe escolhesse entre ele e Nicole, fazem parte desta série de vídeos curtos, mas marcantes, é preciso abrir os olhos para essa realidade. O único espaço que elas têm encontrado para ser, é a rua, em meio a uma sociedade doente e hipócrita que as procura na calada para satisfazer seus desejos mais reprimidos e depois as oprimi, violenta, as exclui. "Ninguém precisa ser igual a você porque a qualidade está dentro de nós e a beleza é falsa tanto quanto a nossa voz. Ser humano é falho, ser humano é falho, ser humano é falho E se você é normal, o que nós somos então? E se você é normal, o que nós somos então?" Espelhos - SNJ

Sobre Mano Brown, o Sistema e o Negro.

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Este texto reflete um pensamento que tive após ler uma entrevista com o rapper Mano Brown. Leia a entrevista aqui . Parece que a guerra não declarada, apesar de matar mais de 30 mil jovens por ano, não atinge a todos. Enquanto o número de jovens negros assassinados ainda causa espanto e terror em algumas pessoas, outras vivem em tempos de prosperidade onde ser bem sucedido é o que importa. Mas o que significa ser bem sucedido nesta sociedade? Para responder bem a essa questão primeiro precisamos desvendar este sistema. O que significava ser bem sucedido no antigo período de escravidão? Vocês gostariam de estar bem inseridos socialmente naquela época? Quem estaria garantindo o seu sustento? Bom, agora para entendermos bem a função imposta aos negros nos tempos atuais, é necessário estudo, conhecer as histórias que não nos contam em escolas, observar a sociedade, desvendar o funcionamento social.  Afinal, será que os tempos mudaram tanto assim? Vamos

Harriet Tubman

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Seu rosto hoje está estampado nas notas de 20 dólares, porém isso é pouco para homenagear Araminta Ross, conhecida como “Minty”, que mais tarde adotaria o nome de sua mãe Harriet. “Guiei a Ferrovia Clandestina durante oito anos e posso dizer o que a maioria dos motorneiros não pode afirmar – meu trem jamais descarrilhou e nunca perdi sequer um passageiro ” Estas são palavras de Harriet ao se referir as trilhas usadas por ela para levar escravos fugidos do sul dos Estados Unidos para o Norte onde seriam livres, estas trilhas e estradas eram conhecidas como Ferrovia Clandestina. É necessário que nós, explorados até os dias atuais, e também qualquer um independente da cor de sua pele, etnia, raça ou credo, saibamos que a história da liberdade não foi uma história da “consciência e evolução dos povos que de forma natural tenha surgido com o tempo”, ou tão pouco de um judiciário ou poder político que tenham percebido um erro e decidido mudar as leis. Foi uma história de luta,

Ressocialização de menores infratores?

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Internos da Fundação Casa apostam em cursos técnicos para recomeçar, este é o título de uma matéria que me deixou pensativo. Confiram a matéria do G1  aqui . ​ Às vezes me sinto esquizofrênico, como se o mundo que me perturba, com tanta desigualdade e escravidão, fosse fruto apenas da minha insanidade, penso: “é possível que eu esteja vendo demais?”. Parece que é uma questão de escolha mudar de vida e prosperar. Pode ser que eu realmente esteja louco, pelo menos devo considerar que no mínimo possa estar completamente fora da realidade. Nesse caso quero expor meu pensamento, e posteriormente mudar no que for necessário. Quando li a matéria, a primeira preocupação foi: A educação, apoio, passado a esses jovens lhes permitem ter qual visão de seu meio? Eu quero dizer, como eles se veem dentro da sociedade? E como eles veem esta sociedade? ​ Quero deixar claro que apoio que eles se profissionalizem e trabalhem, é melhor isso que morrer no crime ou estar preso . Porém,